“Camille Mendonça é uma mulher eterna para mim, por me ensinar a enxergar a vida com fé, otimismo e resiliência, através do despertar do seu potencial de empreendedora e mãe exemplar, apesar dos desafios da timidez, das crenças limitantes e da maternidade atípica. Por causa dela, eu sigo acreditando que toda mulher tem um incrível poder de transformação.” Lana Amaral
Mulheres Eternas: Camille Mendonça
Camille de Aparecida do Carmo Feliciano Mendonça, nasceu em uma família humilde, em 25 de outubro de 1990, na cidade de Patos de Minas/MG.
Seus pais tiveram mais duas filhas: Tamires, que hoje tem 34 anos, e Roberta, que morreu logo após o nascimento.
Com apenas quatro aninhos, a pequena Camille perdeu a mãe para a depressão, e tornou-se uma criança, adolescente e adulta extremamente tímida, introvertida e também depressiva.
Após dois anos da morte de sua mãe, o pai de Camille se casou novamente, e assim, as meninas foram criadas pelo pai Roberto e pela madrasta Silvânia, a quem Camille aprendeu a amar, respeitar e chamar de mãe, sendo muito grata pela educação recebida.
Da união de Roberto e Silvânia, nasceu Miguel Augusto, que hoje tem 16 anos.
Na pré-adolescência, Camille começou uma luta solitária contra a depressão, a vontade de ir ao encontro da mãe, a timidez, o complexo de inferioridade e o TOC. A única pessoa que sabia o que se passava com ela, era Janaína, uma amiga-irmã, com quem costumava desabafar.
Com dezoito anos, ela se mudou para a cidade de Paracatu, a fim de cursar faculdade de direito. Porém, devido às dificuldades para conciliar o trabalho, o estudo e as responsabilidades da vida adulta, acabou por trancar a faculdade no terceiro período.
Foi nessa época, que Camille decidiu buscar ajuda psicológica para se livrar de todos aqueles pensamentos ruins que a perseguiam desde a infância. E foi nesse período, que conheceu Jean Carlos Mendonça, com quem é casada há 12 anos.
Logo após se casar, Camille descobriu que tinha um problema de ovulação e pré-menopausa, o que impossibilitaria a realização do seu maior sonho: ser mãe.
Apesar deste diagnóstico, ela continuava alimentando seu sonho através da fé, da oração e da busca por tratamentos. Enquanto pedia a Deus que lhe concedesse tamanha graça, o casal decidiu que adotaria um bebê que estava sendo gerado, e que a mãe não teria condições de o criar.
No entanto, enquanto se preparavam para a adoção, aconteceram dois fatos que mudaram o rumo da história: a mãe desistiu de dar a criança e Camille recebeu a graça de engravidar. Em novembro de 2013, nascia uma menina linda e cheia de saúde, a pequena Maria Vitória.
Nessa ocasião, o casal residia na histórica Mariana/MG, cidade na qual Camille criou laços profundos de amizade e deixou muita saudade. Pouco tempo depois do nascimento de Maria Vitória, os três se mudaram para Coromandel, cidade onde a família de Camille reside.
Passaram-se seis anos e, após um aborto espontâneo que quase ceifou a vida de Camille, eles foram presenteados mais uma vez com o milagre da vida: nasceu João Vítor, o bebê arco-íris, um anjo que, segundo as palavras da própria Camille, a ensina todos os dias a amar, a ter paciência e a arte de cuidar.
Com João Vitor, ela precisou se reinventar e aprender sobre o mundo do autismo. E agora, aos nove anos, Maria Vitória também foi diagnosticada com autismo. A partir destas descobertas, vieram muitas lutas, angústias, emoções e medos, mas também uma força interior, uma razão maior para viver e a certeza de que Deus tem um propósito para todas as coisas.
Camille, Jean, Maria Vitória e João Vitor formam uma família simples, que atravessa seus perrengues sempre com muita fé e esperança de dias melhores.
Jean ficou desempregado por 3 anos e Camille começou a vender enxovais, tupperware e semi-joias para ajudar nas despesas. No início, enfrentou muitos desafios e levou alguns calotes, mas aos poucos a clientela foi crescendo e as coisas foram se ajeitando.
Camille acredita que esta foi a sua melhor decisão, pois com isso, ela desenvolveu novas habilidades, consegue ajudar a família e, ao mesmo tempo, participar de tudo na vida de seus filhos.
Atualmente, com 32 anos e morando em Coromandel/MG, Camille é empreendedora e mãe atípica. Essa condição a levou a buscar conhecimento e produzir conteúdos sobre o mundo do autismo. Seu sonho é crescer e expandir, levando conhecimento sobre o transtorno do espectro autista e ajudando outras mães que enfrentam esse desafio.
Não é fácil ser mãe, dona de casa e empreendedora, principalmente em uma vida atípica. Há dias em que ela quer sair correndo, mas respira fundo e ergue a cabeça, pois não pode desanimar. Afinal, ela vive por seus filhos e para eles, cumprindo uma missão que Deus lhe confiou.
Às vezes, ela se depara com comentários de pessoas que não conhecem a sua luta diária para cuidar, ensinar e proteger duas crianças autistas em um mundo doente e preconceituoso, mas isso não é motivo para desânimo.
Hoje, Camille acredita que Deus a entregou esses dois presentes, cheios de desafios, como uma missão especial para transformar a sua vida e fazê-la renascer, encontrando sua verdadeira essência. Afinal, após os 31 anos, Camille se libertou, tornando-se uma nova mulher, mais forte, corajosa, segura e feliz.
Camille é a voz de seus filhos e sabe que mudou para melhor. Hoje, ela se lembra com saudade da sua mãe, mas não mais com tristeza.
Camille está curada da depressão e busca melhorar e evoluir a cada dia, enfrentando os desafios com fé, esperança e gratidão pelo dom da vida e pela missão que Deus lhe confiou, a de cuidar dos seus bens mais preciosos: Maria Vitória e João Vítor, dois anjos enviados por Deus para transformar e dar um novo sentido à sua vida.
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