M.E.D.O.

Há momentos na vida que nos forçam a passar por uma auditoria interna. Julho tende a ser um destes momentos: muito cedo para jogar a toalha e esperar o fim do ano; muito tarde para cumprir as promessas de ano novo. Será?

Como faço parte da turma que escolhe ver o copo meio cheio, julho é o momento perfeito para deixar ir o que nada agrega, avaliar as estratégias utilizadas, escolher a paz, apesar das despedidas e traçar a segunda etapa do percurso.

Lendo o livro, “COMO SUPERAR AS CRISES”, que ilustra este artigo, retirei algumas reflexões importantes, e necessárias, para a gestão do tempo, dos relacionamentos, dos projetos, da vida…

“Quanto mais depressa você aprender as lições que precisam ser aprendidas e fizer as mudanças necessárias, mais rápido sairá da Estação do Inverno da vida.” Mário k. Simões

Deixar ir doi, alimentar mentiras e desculpas também. Se afastar de algumas pessoas arranca um pedaço do coração, permanecer pode matar a alma. Que diferença fará o coração neste caso?

A questão não é sair desistindo de tudo e todos ao primeiro sinal de problemas, e sim, avaliar qual a minha contribuição para a situação em questão, quais os meus porquês e consequências para todos os envolvidos.

Quando li que o medo nada mais é que uma maneira errada de operar, comecei a pensar nos padrões, nos compromissos assumidos, em quem estava a minha volta. Olhei, principalmente, para as minhas dores e perdas, investigando suas origens.

Percebi que, muitas vezes, a minha ansiedade e tentativa de controle tornava tudo pior que a realidade. Ironicamente, até a minha ética e princípio de honrar meus compromissos me prejudicavam. Insistia em justificar comportamentos inaceitáveis para manter a minha palavra, para dar uma nova oportunidade.

O que nem sempre vemos com clareza, é que o nosso maior compromisso precisa ser conosco, com nossos princípios, valores e propósito. Desta forma, por mais que doa no presente, saberemos nos posicionar e parar de subsidiar comportamentos irresponsáveis; quer sejam nossos ou de terceiros.

Nas palavras do autor, “É preciso alimentar sua alma com coisas saudáveis, pois ela é responsável pelos seus pensamentos e sentimentos.”  Para a maioria de nós, esta afirmação é simples de falar, mas extremamente complexa de praticar.

Vivemos em um mundo no qual vale tudo para subir ao próximo nível, o famoso “todo mundo faz assim”. A verdade é que falta gente para nos mostrar que esta não é a realidade. Pelo menos, não precisa ser.

Quanto mais me conheço e me relaciono com o mundo, me certifico de que o principal “drive a desinstalar” é o da MENTIRA. O que vai muito além de iniciar uma, mas acreditar nas que nos contaram repetidamente ao longo dos anos.

Do cinema a vida real, conseguimos eliminar grandes tragédias matando a primeira mentira. Se formos sinceros, não há mentira “branca” – outro disfarce do preconceito e racismo existente – tampouco, a real razão é proteger um terceiro.

Te convido a fazer uma auditoria como nunca antes fizera em sua vida. Quais as mentiras você tem carregado? O que tem envenenado a sua alma? O que te impede de ver o belo, de encontrar a esperança em meio ao caos?

Não será fácil, eu sei. Pode não ser breve e, com certeza, será desconfortável. Ainda assim, é maravilhoso finalizar o processo com a alma limpa, cheios de esperança e prontos para assumir 100% o controle de nossas vidas.

Não seja refém de escolhas erradas e manipulações, não ampute seus sonhos e valores para se encaixar em sistemas que nada agregam. Se conheça, revolucione o sistema e seja o melhor que possa ser!