Era uma vez ,
a Páscoa de 2023...
Eis que mais um feriado se vai. Mais uma data na qual, muitas vezes, nos afastamos de seu real significado.
Compartilho a seguir, algumas das reflexões que habitaram a minha mente nos últimos dias. Desejo que elas possam te auxiliar em algum momento de sua jornada.
Gênesis 6:6 nos diz que: “E arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso o afligia em seu coração.”
Importante ressaltar aqui, que a tradução do grego e hebraico para o arrepender Divino são traduzidas em: dor, tristeza, pesar.
Isto posto, para mim, o dilúvio foi o limite de tolerância à ingratidão humana. Ainda assim, não aprendemos a lição.
Deus é pai, Ele ama, acredita e conhece o potencial da humanidade. Não por nossa força, mas por Seu propósito desde a fundação do mundo.
Com o passar do tempo, e a intensidade da aflição em seu coração, Deus fica sem opções de demonstrar apenas misericórdia.
A arrogância e a ingratidão humana só cresciam. Até mesmo de pessoas que Ele chamava de amigo, como Moisés, Abraão… e todas as demais histórias que estudarmos na bíblia, encontramos momentos de ingratidão e pouca fé.
Até mesmo o “pai da fé”, teve seu momento de dúvida, fraqueza e ingratidão, cedendo a tentação de encurtar o tempo da promessa e aceitar a proposta de sua esposa. O mundo paga até hoje por isso, com os conflitos no Oriente Médio.
Moisés demorou 40 anos para atravessar o Sinai, a rota direta teria demorado 15 dias. Deus, mais uma vez, foi paciente e estratégico para fazer cumprir o Seu propósito.
Gerações precisavam morrer, hábitos e costumes precisavam desaparecer. O povo precisava viver Deus, voltar a se relacionar com Ele e o amor puro não seria capaz de quebrar as barreiras levantadas no Egito.
Deus até tentou, mas foi preciso ir do destaque à humilhação, à dor, à espera, à lei, ao fogo… foi preciso moldar o caráter, eliminar quem não se permitia ser moldado para, então, fazer-se cumprir a promessa.
40 anos para um povo, milênios para Deus… e a humanidade segue ingrata, “autossuficiente”, em busca de fast food e reconhecimento.
O problema é que os planos de Deus não são fast food ou comida de microondas. Deus é banquete!
Se queremos uma refeição rápida, temos várias opções, do drive-thru aos pratos congelados. No entanto, se queremos um banquete, teremos que esperar um pouco mais, pagar um pouco mais, trabalhar um pouco mais.
Deixar de convidar algumas pessoas que não sabem apreciar a qualidade, os sabores de uma boa comida… pessoas que irão nos desanimar da espera, do processo de preparo.
Para não esquecer: Usamos o microondas quando queremos comer logo. Usamos o forno quando queremos comer bem. Quem tem promessa não aceita proposta! A mesa do Senhor é farta, vale a pena esperar…
Quando pedimos um coração igual ao de Deus, será que temos clareza do que isto significa? Estamos dispostos a pagar o preço, a viver a dor da ingratidão?
Apesar de todos os milagres, castigos, recomeços, sinais… a humanidade seguia ingrata e o coração de Deus aflito. Assim, no limite de Sua dor, Deus presenteia o mundo com Jesus.
Deus já sabia que precisaria sacrificar Seu Filho. Ele já sabia que o Seu povo seria ingrato, antes e depois. Mas, Deus é justo, Ele não se nivela por baixo, Ele é o modelo, o padrão, a perfeita materialização de “cada um dá o que tem!”
Hoje eu consigo identificar 7 pilares (why | what | how | Q.I. | Q.E. | Q.A. | Q.S.), atemporais, por toda a Bíblia, especialmente na vida de Jesus como homem. O que nos dá força e esperança para prosseguir.
Why: o nosso PORQUÊ. Em toda a sua jornada, Jesus nos ensinou a importância de ter claro o nosso PORQUÊ.
Conhecendo o nosso porquê, não questionamos ou desviamos do nosso O QUE (what), das coisas que precisamos fazer, rejeitar, mudar… e o Espírito Santo nos ajuda com o HOW, COMO nos comportar em cada etapa do caminho.
Quer um COMO mais humanamente impossível de suportar que ser injustamente condenado e morto? E nem estamos falando de qualquer morte, foi a pior morte da época, com direito a vários “upgrades” de dor e humilhação.
A cruz nunca foi por merecimento Dele, tampouco a salvação é por merecimento nosso. Sempre foi pelo amor de Deus, sempre será por amor. A graça é de graça, mas não é barata! (Que jamais nos esqueçamos disto).
Jesus era salvo, santo e sem pecados. Era humano sem a natureza humana. Ele estava naquela cruz, primeiramente, por obediência ao Pai e, depois, por amar a humanidade, por desejar criar uma rota de escape da morte eterna para todos que assim escolhessem a partir daquele ponto.
Apesar de seu sacrifício, Jesus não decreta por lei ser justo, grato, correto… o livre arbítrio permanece. Ele demonstra, mais uma vez, que amor é liberdade, ser filho e estar com o Pai é uma escolha, sempre será.
Jesus não promete uma vida fácil ou de glórias terrestres. Ele promete cuidar dos SEUS e ser justo quando chegar o tempo da colheita.
Jesus não viveu de aparências, não deixou palavras vazias ou parábolas sem aplicabilidade. Da figueira às muitas repreensões, condenou a superficialidade, a manipulação.
Ele não apenas fala de entrega e sacrifício, Ele se entrega e se sacrifica (Lucas 23:46), demonstrando que precisamos viver, ser exemplo do que acreditamos, pagando o preço necessário, deixando o seu terceiro ensinamento, o como, a cruz.
Equilíbrio, equidade, justiça e livre arbítrio
Houve um tempo em que Q.I. (quociente de inteligência) era tudo que importava. Não foi diferente na época e na vida de Jesus. Ele cresceu em conhecimento, estudando as leis e as escrituras.
Assim como hoje, dominar Suas reações fazia toda a diferença. Jesus nos deu um “banho de sabedoria” aplicando o seu Q.E. (inteligência emocional) nas mais cruciais interações.
Quando ainda nem se falava sobre Q.A. (quociente de adaptabilidade), Jesus navegava com louvor entre as mais abruptas mudanças de cenário e demais desafios, sem perder o Seu controle emocional.
O que mais me surpreende pela demora de aceitação popular, é o Q.S. (quociente de significado), aceitando que uma vida plena é impossível sem vivermos e abraçarmos a nossa espiritualidade (o que é bem diferente de ser religioso, seja qual for a sua escolha).
A primeira espera foi de 30 anos (período de formação e consagração de Jesus, até iniciar o Seu Ministério). A segunda espera já ultrapassa 2000 anos, and counting!
Até quando seremos ingratos a ponto de atrasar os planos de Deus em nossas vidas? Quantos anos mais você está disposto a esperar para iniciar a sua jornada?